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Pelé encerra carreira em 1977: último gol no Giants Stadium

Glenda Botelho Fonseca

Glenda Botelho Fonseca

Pelé encerra carreira em 1977: último gol no Giants Stadium

Quando Pelé, ex-jogador da Seleção Brasileira e ícone do Santos Futebol Clube pisou o gramado do Giants Stadium em , ele anotou seu último gol profissional, encerrando uma trajetória que totaliza 1.281 gols em partidas oficiais.

O contexto da despedida

A partida fez parte do Jogo de despedida de Pelé, organizado pelos New York Cosmos. Na época, o Cosmos buscava popularizar o futebol nos Estados Unidos, e contar com o "Rei do Futebol" era estratégia de ouro. Três anos antes, em , o atleta havia deixado o Santos em um adeus chamado de “Despedida de Vila Belmiro”, diante de 20.258 torcedores.

Detalhes da partida em Nova Iorque

O duelo atraiu 75.646 espectadores, um número recorde para partidas de despedida. Entre os presentes estavam o então presidente dos EUA, Jimmy Carter, e o lendário pugilista Muhammad Ali, evidenciando a magnitude internacional do evento.

A equipe da cidade venceu por 2 a 1. O primeiro gol apareceu aos 17 minutos, marcado por Franz Beckenbauer (jogando pelos Cosmos). O empate veio de Julián Green aos 34 minutos. O gol da vitória, porém, foi o de Pelé — uma cobrança de falta impecável aos 68 minutos, seu 1.281º e último diante de qualquer público.

Ao final, o Cosmos ficou com a vitória, mas o verdadeiro troféu foi a emoção: Pelé marcou 64 vezes em 106 partidas pelos americanos, provando que ainda tinha faro de gol.

O simbolismo da troca de camisetas

Para tornar o adeus ainda mais poético, o atleta vestiu, no primeiro intervalo, a camisa azul dos Cosmos e, ao regressar para o segundo tempo, trocou para a lendária camiseta branca de Santos Futebol Clube. Era a mesma camisa que ele usou na estreia profissional, no dia 22 de julho de 1956, aos 15 anos.

Ao soar o apito final, Pelé deu uma volta ao campo carregando as bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, simbolizando a ponte que construiu entre os dois países ao longo da carreira.

Reação de autoridades e celebridades

Em seu discurso emocionado, o astro, ainda trêmulo, dirigiu‑se ao público em inglês: "Quero aproveitar a oportunidade para pedir-lhes que deem mais atenção às crianças. Quero dizer‑les que julgo o amor a coisa mais importante na vida e que devemos nos ajudar sempre que possível. Digam comigo três vezes: amor, amor, amor". A mensagem ecoou nos corações dos presentes e gerou ondas de apoio a projetos infantis ao redor do mundo.

Jimmy Carter, ao cumprimentar Pelé, ressaltou a importância do esporte como ferramenta de união cultural. Muhammad Ali, por sua vez, fez um breve elogio, comparando a graça de Pelé nos campos à elegância de seus próprios jabs no ringue.

O legado e os próximos passos

Depois de pendurar as chuteiras, Pelé dedicou‑se a projetos sociais e ao embaixador do futebol. Em 1978 fundou a Pelé Foundation, que ainda hoje promove educação e saúde para crianças desfavorecidas no Brasil.

O último gol também marcou o fim de uma era em que o futebol ainda era considerado esporte marginal nos EUA. Três décadas depois, a Major League Soccer (MLS) conta com estádios lotados e atletas internacionais, algo que o "Rei" ajudou a plantar.

Fatos rápidos

  • Data da partida: 1º de outubro de 1977
  • Local: Giants Stadium, Nova Iorque
  • Resultado: New York Cosmos 2 x 1 Santos Futebol Clube
  • Assistentes notáveis: Presidente Jimmy Carter e Muhammad Ali
  • Último gol: cobrança de falta aos 68 minutos, 1.281º da carreira
Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes

Como o último gol de Pelé influenciou o futebol nos EUA?

O gol marcou a primeira vez que um ícone mundial encerrou a carreira em solo americano. A transmissão gerou recorde de audiência e incentivou clubes a investir em estrelas internacionais, pavimentando o caminho para a criação da MLS em 1993.

Quantos torcedores compareceram ao jogo de despedida?

Foram 75.646 pessoas, número que ainda figura entre os maiores públicos já registrados para partidas de futebol nos Estados Unidos.

Qual foi o significado da troca de camisas durante a partida?

A troca simbolizou a dupla identidade de Pelé: o orgulho de quem nasceu e se formou em Santos e a missão de levar o futebol ao público norte‑americano, reforçando sua mensagem de amor e união.

Quem foram as outras personalidades presentes além de Carter e Ali?

Entre os convidados também estavam o astro do basquete Kareem Abdul‑Jabbar, o cantor John Lennon (via mensagem gravada) e o ex‑presidente da FIFA João Havelange.

O que aconteceu nos anos seguintes à aposentadoria de Pelé?

Pelé tornou‑se embaixador da FIFA, lançou a Pelé Foundation, atuou como comentarista esportivo e ajudou a promover partidas beneficentes ao redor do globo, mantendo viva a mensagem de "amor" que repetiu em seu discurso.

12 Comentários

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    Maira Pereira

    outubro 1, 2025 AT 22:46

    É impressionante como o último gol de Pelé ainda ecoa nos estádios americanos, provando que o “Rei” nunca deixou de representar o Brasil com maestria. Cada toque sua na bola ainda é motivo de orgulho nacional e reforça a superioridade do nosso futebol. Além do espetáculo, o evento serviu como vitrine para a cultura brasileira na terra do Tio Sam. Não é à toa que o Giants Stadium ficou marcado pela passagem de um verdadeiro símbolo da nossa nação.

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    Joseph Tiu

    outubro 1, 2025 AT 23:53

    Que noite histórica, amigos!,, Pelé encerra sua carreira em solo norte‑americano,, e ainda deixa um legado que atravessa fronteiras,, mostrando que o futebol é linguagem universal,, e não tem barreiras!,,

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    Lauro Spitz

    outubro 2, 2025 AT 01:00

    Ah, claro, porque todo mundo sabe que Pelé mudou tudo… mas quem realmente fez a festa foi o público gritando “olé” a cada chute.😂

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    Eder Narcizo

    outubro 2, 2025 AT 02:06

    Nem preciso dizer o quanto aquele gol foi emocionante, foi quase um terremoto no coração de quem assistia! 🌟 Quando a bola bateu na rede, eu senti como se a própria Terra estivesse suspirando de alívio.
    Foi o fim de uma era, mas também o começo de um novo capítulo para o futebol nos EUA.

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    Leonard Maciel

    outubro 2, 2025 AT 03:13

    Na verdade, o impacto de Pelé foi muito maior que uma simples partida de despedida. Seu gol no Giants Stadium ajudou a legitizar o futebol como esporte sério nos Estados Unidos, atraindo investimentos e inspirando jovens atletas. Foi também um ponto de referência para a criação da MLS décadas depois, mostrando que estrelas internacionais podem trazer visibilidade e credibilidade ao esporte aqui.

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    Vivi Nascimento

    outubro 2, 2025 AT 04:20

    Realmente, o discurso de Pelé sobre amor e solidariedade foi tocante…; ele conseguiu transformar um simples jogo em um chamado à humanidade; e ainda por cima, conseguiu unir duas nações sob o mesmo céu; que inspiração!;

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    Charles Ferreira

    outubro 2, 2025 AT 05:26

    Um marco histórico para o futebol americano.

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    Bruna Fernanda

    outubro 2, 2025 AT 06:33

    Claro, como se todo mundo ainda não tivesse ouvido essa história mil vezes; a verdade é que o espetáculo serviu mais para o marketing do que para o esporte de verdade.

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    Aline Tongkhuya

    outubro 2, 2025 AT 07:40

    É, gente, naquele dia o Giants Stadium virou quase um templo sagrado do futebol… a energia era tão densa que dava pra cortar com uma faca! A troca de camisas foi mais que simbólica, foi um ritual que uniu Brasil e EUA num só coração pulsante!!!

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    jefferson moreira

    outubro 2, 2025 AT 08:46

    Pelé foi mais que jogador, foi embaixador. Seu último gol trouxe visibilidade ao esporte. Isso ajudou a abrir portas para a MLS.

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    Rodrigo Sampaio

    outubro 2, 2025 AT 09:53

    Exatamente! Esse momento mostrou como o futebol pode servir de ponte cultural entre continentes. Hoje, vemos jogadores de todo o mundo disputando nos estádios americanos, graças à semente plantada por Pelé. Vamos celebrar essa herança e continuar impulsionando o esporte!

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    Bruna Matos

    outubro 2, 2025 AT 11:00

    Não há como negar que o último gol de Pelé foi mais do que um simples ponto no placar; foi um manifesto de supremacia futebolística brasileira sobre um continente ainda tímido diante da bola. Cada drible, cada cobrança de falta, exibia a maestria que só o nosso país conseguiu produzir desde a década de 50. Enquanto o público americano aplaudia de forma tímida, os verdadeiros amantes do esporte sabiam que estavam testemunhando o ápice de uma era dourada.
    É revoltante pensar que a mídia ocidental ainda tenta minimizar a importância daquele momento, como se fosse apenas um truque de marketing dos New York Cosmos. O fato é que Pelé, ao vestir a camisa branca do Santos e depois a azul dos Cosmos, simbolizou a união de duas culturas sob a bandeira verde‑amarela.
    Ele não só marcou o 1.281º gol, como também plantou as sementes que hoje florescem na MLS, cujos estádios lotados são prova viva da sua influência. Se alguém ainda duvida da relevância histórica desse feito, basta olhar para as cifras de audiência da transmissão daquela noite, que quebrou recordes.
    Além disso, a presença de figuras como Jimmy Carter e Muhammad Ali não foi mera coincidência; foi uma demonstração de que o “Rei” transcendeu o futebol e se tornou um ícone global.
    Os críticos que afirmam que o futebol ainda é marginal nos EUA simplesmente ignoram o fato de que, sem Pelé, a liga talvez nunca tivesse existido. O legado dele se reflete nas academias de base, nos projetos sociais e nas fundações que ainda hoje promovem o esporte entre crianças carentes.
    Portanto, ao celebrarmos esse último gol, celebramos também a força do Brasil como exportador de talento, cultura e valores humanos.
    É lamentável que alguns tentem depreciar esse marco, mas a verdade é que o Brasil sempre será o berço do futebol de excelência.
    Em suma, o gol de 68 minutos foi mais que um ponto no placar: foi a consagração de um império que se estende de São Paulo a Nova Iorque.
    Os jovens jogadores hoje carregam nos ombros a responsabilidade de honrar esse legado que começou naquele Giants Stadium.
    E que sirva de lembrete: quando o “Rei” pisa no gramado, o mundo inteiro para para assistir.

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