Com o fim da era Luka Dončić, os Dallas Mavericks não estão apenas em reconstrução — estão em sobrevivência. A lesão de Kyrie Irving, que ainda está sob contrato com a equipe, transformou o que já era um momento delicado em uma crise de identidade. Enquanto o centro Anthony Davis segue fora das quadras, o general manager Nico Harrison tem nas mãos um único ativo de verdade: a seleção de primeira rodada de 2025. E ela pode ser a última chance de evitar um colapso total.
A única esperança: a seleção de 2025
Os Mavericks ainda possuem sua própria escolha de primeira rodada em 2025 — e isso é raro. A proteção top-10 que antes pertencia aos New York Knicks foi removida, o que significa que, se a equipe continuar perdendo, essa seleção pode cair para o top-10 da loteria. Isso não é apenas um presente: é uma salvação. Em uma liga onde talentos jovens e baratos são a moeda mais valiosa, ter uma escolha nessa faixa pode ser o que separa um futuro promissor de anos de frustração.
Na prática, isso significa que Harrison pode escolher entre dois caminhos: usar a seleção para trazer um jovem promissor — como os prospectos Darryn Peterson, AJ Dybantsa, Nate Ament ou Cameron Boozer — ou usá-la como moeda de troca para atrair um veterano que possa sustentar o time enquanto Irving se recupera. A pressão é imensa. Porque, depois disso… não há muito mais.
Os outros picks? Desapareceram
A história recente dos Mavericks é a de um time que trocou o futuro por agora — e perdeu. O pick de segunda rodada de 2025? Já foi enviado. Uma parte foi para os Boston Celtics ou Utah Jazz no negócio do Dončić-Davis. Outra parte foi devolvida aos Philadelphia 76ers quando adquiriram Caleb Martin por Quentin Grimes. Sem segundo round em 2025? É só o começo.
Entre 2027 e 2030, os Mavericks não têm nenhum pick de primeira ou segunda rodada. Nenhum. Zero. Nada. Eles só mantêm um único ativo futuro: a seleção de primeira rodada dos Los Angeles Lakers em 2029 — adquirida no mesmo negócio que mandou Dončić embora. É como se o time tivesse gastado toda a sua poupança para comprar um carro usado e agora não tem nem gasolina para andar.
O que vem depois de 2025? Um deserto
As projeções de 2026 já apontam para uma situação delicada. O Tankathon coloca Dallas em 10º lugar, enquanto o ESPN mock draft a posiciona em 8º. Mas mesmo que consigam uma boa escolha, o que vem depois? Nada. Em 2026, eles ainda têm uma seleção de segunda rodada a entregar — para Oklahoma City, Phoenix ou Washington. Em 2027, enviam sua própria primeira rodada para Charlotte e uma segunda para Washington ou outro time. Não há mais margem. Não há mais planos B.
Isso não é acidente. É resultado de decisões agressivas. Em 2024, os Mavericks trocaram seu pick de segunda rodada (nº 58) com os Oklahoma City Thunder para garantir Olivier-Maxence Prosper. Era um movimento de curto prazo — e agora, dois anos depois, a conta chegou.
Irving: o pilar que pode desmoronar
Se Kyrie Irving voltar forte e saudável, talvez os Mavericks consigam se manter competitivos por mais um ou dois anos. Mas e se não voltar? E se a lesão for mais grave do que o esperado? Aí, Harrison não terá nem escolha, nem opções. O time terá que entrar de cabeça na reconstrução — e sem os recursos para fazer isso direito.
“Essa será a seleção mais importante dos Mavericks”, disse uma análise do Pro Football Network. “Pode se tornar ainda mais valiosa enquanto a equipe cai no ranking. Ser um pick do top-10 é uma oportunidade crítica para adquirir um talento jovem e barato — ou trocar por ajuda experiente.”
Mas o jornal também avisa: “Harrison vai trabalhar com um arsenal limitado. Os picks sozinhos não vão salvá-lo. A equipe precisa de uma recuperação rápida de Irving, acertos na livre negociação e desenvolvimento de jogadores.”
As perguntas que ninguém quer fazer
Os fãs estão em silêncio. Não por falta de emoção — mas por medo. Medo de que o time que virou sinônimo de competitividade nos últimos anos esteja prestes a entrar em um ciclo de fracassos que pode durar mais de uma década. A pergunta que paira no ar é simples: será que Harrison já apostou tudo e perdeu?
Ele fez tudo o que podia para manter a janela aberta. Mas agora, a janela está fechada. E a chave está na seleção de 2025. Se ele errar… não haverá segunda chance.
Frequently Asked Questions
Por que a seleção de 2025 é tão importante para os Mavericks?
Porque é o único pick de primeira rodada que os Mavericks ainda possuem até 2029. Com todos os outros picks já enviados em trocas, essa escolha pode ser a única chance de trazer um jovem talento de alto nível ou usá-la como moeda para atrair um jogador experiente. Se o time terminar entre os 10 piores, ela pode cair para o top-10 — o que a torna ainda mais valiosa.
Onde estão os picks dos Mavericks de 2027 a 2030?
Eles não têm nenhum. Todas as seleções de primeira e segunda rodada entre 2027 e 2030 já foram trocadas em acordos anteriores, principalmente para obter jogadores imediatos como Kyrie Irving e Anthony Davis. Isso deixa o time vulnerável caso a reconstrução leve mais tempo do que o previsto.
O que acontece se Kyrie Irving não voltar a jogar?
Se Irving não se recuperar, os Mavericks perderão seu principal jogador além de Dončić. Isso forçaria uma reconstrução total, mas sem picks de primeira rodada até 2029 — apenas a escolha dos Lakers. Sem recursos, a equipe correria o risco de entrar em um ciclo de derrotas e baixa atratividade, algo que não acontece desde os anos 2000.
Há alguma chance de os Mavericks recuperarem algum pick perdido?
Não, a menos que haja uma violação de regras da NBA ou um acordo inesperado. As trocas já foram formalizadas e registradas. A única saída é negociar com outras equipes usando o pick de 2025 ou o pick dos Lakers em 2029 — mas isso exigirá que a equipe esteja em posição de força, o que atualmente não é o caso.
Quais jogadores os Mavericks poderiam escolher em 2025?
Ainda é cedo para saber, mas os prospectos que estão sendo observados para 2026 — como Darryn Peterson e AJ Dybantsa — podem estar entre os mais cotados. Se a seleção cair para o top-5, os Mavericks poderiam mirar em um centro ou ala com potencial de estrela. A chave será escolher alguém que se encaixe no estilo de jogo e que tenha longevidade.
Por que o general manager Nico Harrison fez tantas trocas?
Harrison tentou manter os Mavericks competitivos após a saída de Dončić, apostando em jogadores experientes como Irving e Davis para manter o time no topo da Conferência Oeste. Mas essas trocas esvaziaram o futuro. Agora, ele enfrenta o preço de decisões que pareciam certas no momento — mas que deixaram o time sem futuro.