Bayern vence Freiburg por 6-2 em recuperação espetacular com Olise em destaque

Quando o Bayern Munich entrou em campo no Allianz Arena na noite de 22 de novembro de 2025, ninguém esperava um pesadelo de sete minutos. O SC Freiburg surpreendeu com dois gols em escanteios — o japonês Yuito Suzuki abriu o placar aos 12', e o congolesa Johan Manzambi ampliou aos 18'. O estádio, normalmente um caldeirão, permaneceu em silêncio. Os Ultras protestavam. E o Bayern Munich parecia perdido. Mas aí veio a virada. E não foi só uma virada. Foi um espetáculo.

Do silêncio ao caos: a reação do Bayern

Ao contrário do que muitos imaginavam, o Bayern não desistiu. Pelo contrário. Aos 21', o alemão Lennart Karl finalmente quebrou o gelo com um cabeceio de primeira, depois de um cruzamento de Alexander Pavlovic. Foi o primeiro sopro de vida. Mas foi o francês Michael Olise quem transformou o jogo. Aos 43', ele recebeu na esquerda, cortou para dentro, enganou dois marcadores e disparou — 2-2. O estádio, que parecia morto, explodiu. E não parou mais.

Na volta do intervalo, tudo mudou. O Bayern passou a dominar como nunca. E Olise, como se tivesse um mapa da defesa do Freiburg na cabeça, começou a desmontar cada linha. Aos 55', ele lançou com perfeição para Dayot Upamecano, que, livre como um fantasma, cabeceou de dois metros. 3-2. O gol que virou o jogo. O francês, normalmente visto como um defensor sólido, agora era o herói da virada.

Kane, Jackson e o show de Olise

Depois disso, foi só uma questão de tempo. O inglês Harry Kane, já com 24 gols na temporada, aproveitou um rebote mal defendido por Freiburg e finalizou com frieza. 4-2. O nervosismo do time visitante começou a transparecer. E então, aos 72', veio o momento que os fãs vão lembrar por anos: Olise recebeu na intermediária, driblou dois jogadores com um finta de corpo que quase fez o zagueiro cair, acelerou, e passou com o calcanhar para Nicolas Jackson, que só precisou empurrar para a rede. 5-2. O nigeriano sorriu, apontou para o francês — e o estádio gritou seu nome.

O sexto gol veio aos 89'. Mais uma vez, Olise foi o artífice. Driblou na direita, cortou para dentro, e chutou — o goleiro fez uma defesa ruim, e o bola sobrou para Karl, que fechou a conta. 6-2. O francês, de 27 anos, foi o único jogador da história do Bayern a participar de cinco gols em um único jogo da Bundesliga desde que o sistema de assistências começou a ser contabilizado oficialmente em 2001. Cinco. Em uma noite em que o time jogava sem a energia dos torcedores.

As falhas que não podem ser ignoradas

Apesar da vitória, o Bayern não saiu imune de críticas. Os dois gols sofridos vieram de escanteios — e isso não é novidade. No último mês, o time já havia sofrido três gols em bolas paradas. O goleiro Manuel Neuer, aos 38 anos, foi apontado por analistas como o principal responsável pelo segundo gol, por não sair bem do gol e deixar Manzambi livre. A defesa, que vinha sendo elogiada, agora parece vulnerável. E o treinador, ainda sem um sistema fixo para marcação em escanteios, corre risco de perder pontos em jogos decisivos.

Os protestos dos Ultras também não foram apenas um pano de fundo. Eles representam uma crise mais profunda: a insatisfação com a direção do clube, que prioriza lucros sobre identidade. A ausência de 15 mil torcedores — segundo estimativas da polícia local — não foi só uma perda de atmosfera. Foi um alerta. O Bayern pode vencer com 6 gols, mas não pode vencer sem alma.

O que vem a seguir?

Na próxima rodada, o Bayern enfrenta o Borussia Dortmund em casa — um clássico que pode definir o rumo da temporada. Se o time continuar a jogar como no segundo tempo contra o Freiburg, é favorito. Mas se repetir os erros defensivos, pode perder pontos decisivos. O técnico já admitiu em coletiva que “precisamos corrigir algo antes de encarar o Dortmund”. E não é só sobre escanteios. É sobre mentalidade. Sobre resistência. Sobre saber jogar mesmo quando o público não canta.

Olise, por outro lado, virou o grande nome da temporada. Ele não é apenas um jogador. É o símbolo de um Bayern que, mesmo sem torcida, ainda sabe brilhar. E talvez, só talvez, ele seja o que falta para o time voltar a ser imbatível.