Futebol

Internacional x Flamengo: Rubro-Negro vence por 3 a 1 no Beira-Rio, mantém liderança e chega forte para a volta da Libertadores

Glenda Botelho Fonseca

Glenda Botelho Fonseca

Internacional x Flamengo: Rubro-Negro vence por 3 a 1 no Beira-Rio, mantém liderança e chega forte para a volta da Libertadores

Em menos de uma semana, os dois clubes se encararam duas vezes e a balança pesou para o lado carioca. No domingo, 17 de agosto de 2025, o Flamengo venceu o Internacional por 3 a 1 no Beira-Rio, em Porto Alegre, pela 20ª rodada do Brasileirão. A vitória consolidou a liderança rubro-negra e aumentou a pressão sobre o Colorado, que já tinha sido derrotado no meio da semana, por 1 a 0, no primeiro encontro pela Libertadores no Maracanã. O duelo Internacional x Flamengo mostrou um time visitante em ritmo de decisão e um mandante forçado a dividir atenções entre duas frentes complicadas.

Transmissão, horário, clima de decisão e o jogo em si

A bola rolou às 18h30, com transmissão ao vivo do Premiere e cobertura em tempo real nas principais plataformas. O Beira-Rio recebeu bom público, empurrando o Inter num jogo que, além dos três pontos, carregava uma narrativa óbvia: responder à derrota da Libertadores e criar embalo para a volta marcada para 20 de agosto. A tarefa não era simples. Do outro lado, o líder do campeonato entrou com cara de jogo grande, controlando posse e ritmo desde cedo.

O contexto do calendário pesou. Roger Machado administrou o Inter entre a necessidade de pontuar no Brasileirão — o time iniciou a rodada em 11º, com 24 pontos — e o cuidado para chegar inteiro à decisão continental. Filipe Luís, no comando do Flamengo, contou com quase todo o elenco à disposição, exceção feita a Pulgar, ainda em recuperação de cirurgia no pé direito. Esse cenário facilitou a gestão de minutos do lado rubro-negro, enquanto o Colorado teve de equilibrar intensidade e preservação.

Em campo, o Flamengo venceu as batalhas onde o jogo costuma ser decidido: meio-campo e pressão pós-perda. Quando subiu a marcação, recuperou bolas em zonas perigosas e acelerou. Quando baixou o bloco, fechou linhas e matou transições do Inter. O Colorado tentou responder com amplitude pelos lados e bolas de ruptura, mas encontrou pouca vantagem nas costas da defesa carioca. A bola parada, tradicional arma em casa, também não virou ponto de desequilíbrio.

O 3 a 1 espelha o que foi a noite: um time mais ajustado taticamente e confiante contra outro que alternou bons momentos com dificuldades para sustentar intensidade por 90 minutos. O Inter criou, ameaçou e teve fases de pressão, mas pagou caro pelos espaços deixados entre linhas. O Flamengo, ao contrário, foi pragmático: acelerou quando podia, administrou quando precisou e não se perdeu no momento sem bola.

Vale lembrar que, antes da partida, a conversa girava em torno de escalações e escolhas. A expectativa era de força máxima do Flamengo — algo próximo disso aconteceu, dentro do rodízio pontual —, e de um Internacional com eventuais ajustes, pensando na volta da Libertadores. Na prática, os cariocas ganharam margem para controlar o jogo, enquanto os gaúchos sofreram para manter a mesma fluidez do início até o fim.

Também pesou a leitura de cenário. O Flamengo entendeu que o Inter precisaria se expor em algum momento, e preparou o contra-ataque com paciência, atraindo o adversário, girando a bola por dentro e acelerando pelos corredores quando a basculação do Inter abria espaço. Do lado colorado, a tentativa de encurtar o campo com pressão alta funcionou em flashes, mas rendeu buracos às costas do meio. Sem o encaixe perfeito na recomposição, a transição defensiva ficou vulnerável.

O que muda para a Libertadores e para a tabela do Brasileiro

O que muda para a Libertadores e para a tabela do Brasileiro

O resultado deixa o Flamengo confortável na parte de cima da tabela. Líder antes da rodada, o time ampliou o colchão de segurança e manteve a distância para perseguidores como Cruzeiro e Palmeiras. A vitória no Beira-Rio, fora de casa e com autoridade, tem peso simbólico: consolida momento, baixa a ansiedade e permite gerir melhor o desgaste no curto prazo. Em um campeonato de maratona, cada rodada que passa com o líder firme e sem oscilações vira um recado para a concorrência.

Para o Internacional, a derrota é daquelas que pedem resposta rápida. Sem tempo para lamentar, o grupo volta o foco à Libertadores. A missão na quarta-feira é clara: precisa de vitória por dois gols para avançar; um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis. A boa notícia? Em mata-mata, a atmosfera do Beira-Rio costuma pesar a favor do Colorado. A má? O adversário chega com duas vitórias seguidas no confronto direto e confiança em alta.

O tema físico segue central. A sequência de jogos a cada três dias cobra pedágio. Enquanto o Flamengo tem conseguido alternar peças sem perder identidade, o Inter busca o ponto de equilíbrio entre competitividade e preservação. Nessa hora, microdetalhes fazem diferença: controle de carga, minuto de substituição, coordenação entre setor médico e comissão técnica, sessão de recuperação bem executada no dia pós-jogo. Em agosto, quem administra melhor o corpo geralmente colhe no placar.

Não faltam histórias paralelas. A de Filipe Luís, que transforma a leitura de jogo de ex-lateral em plano de equipe sólido. A de Roger Machado, que tenta ajustar o Inter em cenário de pressão e calendário apertado. A de um Flamengo que voltou a abraçar a ideia de protagonismo com bola e sem bola. E a de um Inter que, quando consegue acelerar com organização, cria chances e empurra o rival para trás — mas precisa repetir isso por mais tempo dentro do jogo.

O pré-jogo também trouxe a conversa dos palpites. A maioria colocava o Flamengo com leve favoritismo, pelo momento e pela vitória recente no Maracanã. No gramado, isso se confirmou. Não por acaso: liderança no Brasileirão não vem por acidente. O Rubro-Negro tem repetido padrão, feito jogos maduros e apanhado menos dos próprios erros. O Inter, por sua vez, precisa transformar volume em efetividade e, acima de tudo, reduzir a margem de falha nas zonas críticas do campo.

E o torcedor? O colorado sai com a sensação de que o time pode competir, mas precisa calibrar decisões nos dois terços finais do campo. O rubro-negro sai com a confiança de quem atravessa bem uma sequência dura, fora e dentro de casa, e preserva energia para o jogo que vale muito na quarta.

Agenda em mãos: domingo foi de Brasileirão, quarta é de Libertadores. A rodada no Beira-Rio contou a história de um líder consistente e de um mandante que ainda busca o seu teto. A próxima página desse confronto promete ambiente quente, escolhas difíceis e 90 minutos em que cada detalhe — do posicionamento na saída curta ao momento de apertar o passe vertical — pode mudar tudo.